A infertilidade pode ser uma consequência comum entre pacientes que passaram por tratamentos oncológicos. A boa notícia é que, com o avanço da medicina reprodutiva, há cada vez mais opções para preservar a fertilidade e tratar essa condição. Neste artigo, vamos entender como o câncer e seus tratamentos podem afetar a fertilidade, as opções de tratamento e como preservar a esperança de ter filhos no futuro.
Como o Tratamento Oncológico Afeta a Fertilidade?
O tratamento do câncer, especialmente com o uso de quimioterapia, radioterapia e alguns procedimentos cirúrgicos, pode afetar a fertilidade tanto em homens quanto em mulheres. No caso das mulheres, os ovários podem ser diretamente atingidos, resultando em uma diminuição da reserva ovariana (número de óvulos disponíveis) ou até em falência ovariana precoce.
🔍 Principais causas de infertilidade relacionadas ao tratamento oncológico:
Quimioterapia: Certos quimioterápicos, especialmente os que atuam nas células em divisão rápida, podem afetar os óvulos e o tecido ovariano. A intensidade do impacto depende do tipo de droga, da dose e da idade da paciente. Mulheres mais jovens podem ter uma maior chance de recuperação, pois sua reserva ovariana ainda é maior.
Radioterapia: A radioterapia pélvica pode danificar os ovários e outros órgãos reprodutivos, afetando tanto a produção de óvulos quanto a capacidade de gestar. Dependendo da dose e da área tratada, pode causar infertilidade permanente.
Cirurgia: Em alguns casos, a remoção de parte ou de todo o sistema reprodutivo pode ser necessária, impactando diretamente a capacidade de engravidar. Cirurgias para remoção do útero (histerectomia) ou dos ovários são os exemplos mais comuns.
Tratamentos para Preservação da Fertilidade
Graças aos avanços da medicina, hoje é possível tomar medidas para preservar a fertilidade antes de iniciar o tratamento do câncer. O acompanhamento com um ginecologista especializado, muitas vezes em parceria com oncologistas, é essencial para que as opções sejam discutidas e planejadas.
🔑 Opções de preservação da fertilidade:
Congelamento de óvulos: Uma das técnicas mais utilizadas, o congelamento de óvulos é indicado para mulheres que ainda não tiveram filhos, mas desejam preservar sua capacidade de engravidar no futuro. Os óvulos são coletados antes do início da quimioterapia ou radioterapia, e podem ser fertilizados e utilizados após o término do tratamento.
Congelamento de embriões: Semelhante ao congelamento de óvulos, essa técnica é indicada para mulheres que têm um parceiro ou optam por utilizar sêmen de um doador. Os óvulos são fertilizados antes do congelamento e podem ser transferidos ao útero posteriormente.
Transposição ovariana: Em casos de radioterapia pélvica, é possível realizar uma cirurgia que "move" os ovários para fora do campo de radiação, reduzindo os danos e preservando a função reprodutiva.
Preservação de tecido ovariano: É uma técnica mais recente, onde um fragmento do tecido ovariano é retirado e congelado antes do tratamento oncológico. Esse tecido pode ser reimplantado após o tratamento, permitindo a produção de hormônios e, em alguns casos, a ovulação.
Uso de medicamentos protetores: Certos medicamentos podem ser utilizados durante a quimioterapia para proteger os ovários dos efeitos tóxicos das drogas. Embora os resultados ainda estejam sendo estudados, é uma alternativa que pode ser considerada.
Tratamentos para Infertilidade Pós-Oncológica
Para as mulheres que já passaram pelo tratamento do câncer e não puderam preservar a fertilidade, ainda existem alternativas.
Fertilização in vitro (FIV): Caso a reserva ovariana ainda permita, a FIV pode ser uma opção. Nesse caso, óvulos são coletados e fertilizados em laboratório, com posterior implantação no útero.
Doação de óvulos: Para mulheres que não podem mais produzir óvulos, a doação de óvulos de uma mulher saudável pode ser a solução. Nesse caso, o embrião formado é implantado no útero da paciente.
Barriga de aluguel: Para as mulheres que não têm mais o útero ou não podem gestar, a utilização de uma barriga de aluguel pode permitir a realização do sonho de ser mãe.
Embora o diagnóstico de câncer seja assustador, especialmente quando envolve o risco de infertilidade, é importante lembrar que existem inúmeras formas de preservar a fertilidade e buscar tratamentos. O planejamento é essencial para garantir que as melhores opções estejam disponíveis.
O diálogo aberto com o oncologista e o ginecologista permite que as pacientes tomem decisões informadas sobre sua saúde e seu futuro. Lidar com a possibilidade de infertilidade pode ser emocionalmente desafiador, mas a medicina reprodutiva oferece esperança e muitas opções para as mulheres que sonham em ser mães após o tratamento oncológico.
A infertilidade causada por tratamentos oncológicos é uma realidade para muitas mulheres, mas não é o fim da jornada reprodutiva. Com o acompanhamento médico adequado e o uso de técnicas de preservação da fertilidade, há esperança para que muitas pacientes realizem o sonho da maternidade.
A saúde emocional e física precisa ser priorizada em todas as fases do tratamento do câncer. Portanto, se você ou alguém que conhece está passando por essa situação, não hesite em procurar ajuda médica especializada.
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👩🏻⚕ Dra. Nelly Kobayashi CRM-SP 129.368
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